quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A educação brasileira respira por aparelhos


Estamos em um momento delicado no cenário da educação brasileira. Os missionários do ensino estão de greve no Rio de Janeiro batalhando contra mais um retrocesso do governo. Enquanto isso, os representantes do estado e da cidade maravilhosa, Cabral e Paes, afirmam à todo instante que a greve é desnecessária e prejudica os alunos. Chega a parecer irônico, já que um professor mal remunerado, uma escola sucateada, e um projeto educacional mediável prejudica muito mais a educação como um todo.


''Hoje é o meu dia mais triste, desisti de ser professor do estado''

Mas o problema se estende à todo território nacional, já que o teto salarial dos professores, é de pouco mais de R$1.500,00. Valor bem abaixo do salário minimo necessário segundo o Dieese. Como se não bastasse, há vários motivos para os aspirantes à professor desistirem antes de optar em seguir a profissão. Em Pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, a pedido da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), mostra que 57% dos professores da rede estadual consideram violentas as escolas nas quais lecionam. Segundo secretário-geral da Apeoesp, Fábio Santos de Moraes, mais da metade dos professores tem medo do local onde trabalham e este número pode ser ainda maior. Não deve ser nada motivador trabalhar em um local onde se têm medo.

Mais da metade dos professores consideram as escolas públicas violentas

Alunos

Pobre dos alunos, que mal instruídos vão às escolas para conversar, se distraírem, dançar funk e aprender que estudar é um troço muito chato. Números mostram que ano passado, cerca de 1,6 milhão de crianças e adolescentes abandonaram a escola. E o perfil desses jovens que abandonam, não é difícil de ser idealizado, em sua maioria são socialmente vulneráveis, têm baixa renda, muitos trabalham ou têm famílias com pouca escolarização.

Uma imagem emblemática circula na internet mostrando as brechas que as matérias da grade curricular de hoje dão ao capitalismo selvagem :



Estado

Afirmar que o Estado é inábil na administração da educação é pura inocência. Seria mais correto afirmar que o estado faz isso de maneira calculada e premeditada, já que em um país onde 75% dos brasileiros não sabem ler e interpretar um texto de maneira satisfatória, se torna um cenário perfeito para a festança da politica privada. Como diz Eduardo Marinho, ''educação pública é uma sabotagem. Não merece o nome de educação. O povo não é ignorante, é ignorantizado.''


Professor de SP fica 4 meses sem receber, protesta, e logo após é demitido


Tomo um pouco das palavras de Bertolt Brecht e digo que devido à esse povo analfabeto e ignorantizado nascem as prostitutas, os menores abandonados, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

É hora de tomar consciência e dar as mãos à todos envolvidos na Educação brasileira. Educação é prioridade em qualquer sistema social. Os professores estão lutando nas ruas e o "gigante" não pode ficar adormecido em berço esplêndido.

*Pedro Henrique Salles é formado em Filosofia pela Unicamp e escreve regularmente para o Folha Social.

Fonte:  Folha Social.

3 comentários:

  1. Concordo com as críticas, mas cadê as propostas?

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  2. O dinheiro esta em nossas carteiras, nos nao temos obrigacao de comprar de grandes marcas. Quem compra destas marcas acima citadas nao precisa de mais educacao, precisa de mais BOM SENSO.

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    1. Esse texto é uma minúscula tentativa de proliferar ideias erradas dos culpados pela péssima educação. É no mínimo ridículo assumir teorias conspiratórias de dominação pela educação, uma vez que o acesso a informação está facilitado pelo advento da internet. A educação no país é um problema, mas deturpar este problema não irá resolve-lo. Pelo contrário, o máximo que poderia obter é o desemprego das pessoas que trabalham para manter estas grandes marcas. O real culpado pela péssima educação no país e você que está lendo isso e não sabe votar. Elegendo pessoas inaptas para a gestão pública.

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