Brasileiros que se dizem apartidários já são maioria
Segundo o Jornal pela primeira vez desde 1988, o número de
brasileiros que se declaram apartidários superou o de pessoas que afirmam ter
preferência por alguma legenda política. Levantamento feito pelo Ibope, para o
jornal O Estado de S. Paulo, mostra que, no final de 2012, 56% das pessoas
diziam não ter nenhuma preferência partidária, contra 44% que apontavam
preferência por alguma legenda. Vinte e quatro anos antes, na esteira da
redemocratização, apenas 38% das pessoas declaravam não ter um partido da sua
preferência - 61% apontavam um favorito. A perda de simpatizantes ocorreu em
todas as legendas. Há menos petistas, tucanos, peemedebistas, democratas e
pedetistas hoje do que há cinco anos.
Os dados do Ibope mostram uma queda na popularidade do PT
entre os brasileiros. Naquele momento, antes de a campanha eleitoral esquentar,
o partido atingiu o auge na preferência dos eleitores: 33% dos entrevistados.
Em outubro de 2012, o porcentual caíra para 24%.
O momento de maior desencanto com os partidos, em 2012,
coincide com o julgamento do mensalão, quando 13 políticos do PT, PP, PR, PMDB
e PTB foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Também naquele ano houve
eleição municipal, quando aumentaram ataques e acusações entre legendas.
O PT, no entanto, ainda se mantém na liderança como o
preferido do eleitorado, na frente do PMDB e do PSDB, apontados como favoritos
por 6% e 5% dos entrevistados, respectivamente.
Os porcentuais apurados pelo Ibope refletem o momento
histórico e a conjuntura política e econômica, não só brasileira como mundial.
Também apontam para questões estruturais, como a crise da representatividade
dos partidos políticos tradicionais.
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