PGR
diz mandar apuração sobre Lula a MPF
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou
nesta terça-feira (29) que pretende enviar nos próximos dias ao Ministério
Público Federal de primeiro grau os trechos do depoimento de Marcos Valério
Fernandes de Souza em que o operador do mensalão declara que pagou despesas
pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em depoimento dado em setembro, Valério, condenado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) como o "operador" do mensalão, disse
que Lula autorizou empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT, com o objetivo
de viabilizar o esquema, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo".
De acordo com Gurgel, ele não deve encaminhar nenhuma
orientação ao procurador da República que irá analisar as suspeitas contra Lula
levantas por Marcos Valério. Na visão do procurador-geral, não caberia nenhuma
recomendação aos profissionais do Ministério Público Federal que atuam nas
instâncias iniciais da Justiça.
Segundo o “Estadão”, Valério procurou voluntariamente a
Procuradoria Geral após ser condenado pelo STF a 40 anos, 2 meses e 10 dias de
prisão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato,
lavagem de dinheiro e evasão de divisas no processo do mensalão.
No depoimento, segundo o jornal, Marcos Valério disse que
esteve com o então presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do então
ministro da Casa Civil, José Dirceu, sem precisar a data. Valério afirmou, de
acordo com o jornal, que Lula deu "ok" aos empréstimos do Banco Rural
para o PT.
A CPI dos Correios, conhecida como CPI do mensalão, comprovou
recebimento de depósito de R$ 98.500 do Marcos Valério para a empresa Caso.
Marcos Valério disse que o então presidente Lula e o
então ministro da Economia, Antônio Palocci, fizeram gestões junto à Portugal
Telecom, para que a empresa repassasse R$ 7 milhões
Por fim, Marcos Valério disse aos procuradores, segundo o
jornal, que o PT arcou com despesas de R$ 4 milhões com a defesa dele.
A reportagem relata ainda que Marcos Valério disse ter
sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, atual diretor do Instituto Lula e
amigo do ex-presidente.
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