O Deputado Feliciano: dízimo na igreja, cofre no escritório
Numa das paredes do
Tempo de Avivamento um painel mostra 11 motivos para o fiel pagar o dízimo. Eis
uma das razões: “Porque não quero que Deus me chame de ladrão”. No escritório
anexo à igreja, a preocupação com ladrão parece tamanha que um cofre de um metro
de altura decora a sala usada pelo pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP)Toda centrada na
figura de Feliciano, a Avivamento é hoje um sonho realizado pelo
pastor-deputado, que sempre teve como um de seus maiores planos fundar a
própria igreja,fundador da
Avivamento, e que se tornou figura nacionalmente conhecida ao assumir a
presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, mesmo acumulando no
currículo processos por estelionato e homofobia e com pregações polêmicas. Numa
delas, chegou a pedir a senha do cartão de um fiel de sua igreja.Se no passado a vida
era de privações, o pastor pode levantar as mãos para o céu agora que vive no
conforto de uma mansão e coleciona carrões importadosNa declaração
apresentada à Justiça Eleitoral em 2010, o pastor informou ter bens de R$ 634,8
mil. A mansão em que mora foi declarada por apenas R$ 60 mil. A casa anterior
muito mais simples, que hoje é alugada para uma clínica de estética, está
avaliada em R$ 65 mil.Além da agência de
publicidade Avivamento, possui, pelo menos, outras duas empresasNão me envergonho da
oferta. O dízimo está na Bíblia. O PT também cobra dízimo dos seus filiados —
diz ele, colocando igreja e política no mesmo balaio.O próprio
parlamentar estima que o templo-sede da sua igreja arrecade entre R$ 13 e 14
mil por mês com a doação dos fieis, quantia “suficiente apenas para cobrir as
despesas” de funcionamento, garante Feliciano.Sem pudores, revela
que, em 2018, pretende se candidatar ao Senado. Acusado de racismo, diz que o
seu trabalho na Câmara tem como referência o norte-americano Martin Luther King
(1929-1968).acusações que
enfrenta nos últimos dias — estelionato a racismo — cita o mensalão para se
diferenciar.Não tem nada contra
mim. Não roubei. Não sou envolvido com mensalão. Sou um brasileiro e como tal
um sobrevivente.
Mais um caso vergonhoso. Quando o Brasil passará a ver que estes que guiam seu rebanho não passam de açougueiros encarniçados?
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