Mas a acusação de Verbitsky não era inédita. Rumores
sobre uma suposta colaboração de Bergoglio com a ditadura já haviam circulado
na Argentina por críticos do perfil conservador do novo Papa.
Na última década, sinais mais claros das possíveis
participações do novo Papa na ditadura começaram a aparecer na imprensa
argentina.
Até hoje, a Igreja continua sem colaborar com as
investigações da Justiça. Bergoglio nunca quis abrir os arquivos da Conferência
Episcopal - lamentou Graciela.
Em 2011, Verbistky descobriu um documento do Ministério
das Relações Exterior e Culto da Argentina que confirma a suspeita.
As denúncias iniciais da participação do Papa na ditadura
foram feitas por Emilio Mignone, em seu livro “Igreja e ditadura”, de 1986,
quando Bergoglio não era conhecido fora do mundo eclesiástico.
Ele chegou a ser denunciado na Justiça por supostas
ligações com o sequestro dos missionários, segundo uma fonte judicial do
Palácio de Tribunais
Mas foi em 2005, quando o jornalista Horacio Verbitsky
acusou o então arcebispo de ter contribuído para a detenção, em 1976, de dois
sacerdotes que trabalhavam sob seu comando na Companhia de Jesus, que as
suspeitas ganharam força.
Mignone exemplificou a “sinistra cumplicidade” com os
militares numa operação militar em que desapareceram quatro catequistas e dois
de seus maridos. Segundo o livro do fundador do Centro de Estudos Legais e
Sociais, sua filha, Mónica Candelaria Mignone, e a presidente das Mães da Praça
de Maio, Martha Ocampo de Vázquez, nunca mais foram encontradas.
Fonte: OGlobo
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