quinta-feira, 14 de março de 2013

“Sinistra cumplicidade” Quem é o Papa Francisco



Mas a acusação de Verbitsky não era inédita. Rumores sobre uma suposta colaboração de Bergoglio com a ditadura já haviam circulado na Argentina por críticos do perfil conservador do novo Papa.
Na última década, sinais mais claros das possíveis participações do novo Papa na ditadura começaram a aparecer na imprensa argentina.
Até hoje, a Igreja continua sem colaborar com as investigações da Justiça. Bergoglio nunca quis abrir os arquivos da Conferência Episcopal - lamentou Graciela.
Em 2011, Verbistky descobriu um documento do Ministério das Relações Exterior e Culto da Argentina que confirma a suspeita.
As denúncias iniciais da participação do Papa na ditadura foram feitas por Emilio Mignone, em seu livro “Igreja e ditadura”, de 1986, quando Bergoglio não era conhecido fora do mundo eclesiástico.
Ele chegou a ser denunciado na Justiça por supostas ligações com o sequestro dos missionários, segundo uma fonte judicial do Palácio de Tribunais
Mas foi em 2005, quando o jornalista Horacio Verbitsky acusou o então arcebispo de ter contribuído para a detenção, em 1976, de dois sacerdotes que trabalhavam sob seu comando na Companhia de Jesus, que as suspeitas ganharam força.
Mignone exemplificou a “sinistra cumplicidade” com os militares numa operação militar em que desapareceram quatro catequistas e dois de seus maridos. Segundo o livro do fundador do Centro de Estudos Legais e Sociais, sua filha, Mónica Candelaria Mignone, e a presidente das Mães da Praça de Maio, Martha Ocampo de Vázquez, nunca mais foram encontradas.

Fonte: OGlobo

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