quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Áudios de grampos devem ser transcritos na íntegra



Áudios de grampos devem ser transcritos na íntegra

Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça pode obrigar órgãos de todo o país a transcrever integralmente gravações obtidas em investigações criminais.
A corte definiu posição sobre o tema ao analisar o caso do deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), que obteve o direto à gravação integral de conversas interceptadas durante uma investigação em que ele figura como suspeito de corrupção e formação de quadrilha. Bala Rocha é suspeito de envolvimento em fraudes em obras no Amapá.
O Ministério Público Federal argumentava, no caso de Bala Rocha, que a transcrição integral dos áudios não era necessária e que apenas os trechos relevantes para a investigação deveriam ser destacados - tese que prevalecia até o julgamento do Supremo, na semana passada.
A lei dá prazo de 15 dias, renováveis por mais 15, para que os órgãos de investigação disponibilizem aos investigados a transcrição do material obtido em interceptações telefônicas. 
A maioria dos ministros do STF, entretanto, acompanhou a posição do ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso. "A formalidade é essencial à valia como prova do que é contido na interceptação telefônica", disse ele.
Apesar da decisão, a corte debateu as dificuldades práticas do cumprimento da medida quando houver uma grande quantidade de gravações a transcrever: 
Marco Aurélio também citou a operação Furacão para lembrar que pode haver "peculiaridades" que tornem necessária, em vez da transcrição completa, apenas a entrega dos CDs com as gravações: "Não se observou o prazo peremptório alusivo à interceptação e tivemos mais de 40 mil horas de gravação. Aí o tribunal, diante dessa peculiaridade, determinou a entrega da mídia", afirmou.

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