Falta de médicos comprometem foliões
Ano a ano, cresce a multidão que se diverte no carnaval
carioca, são esperados cerca de 900.000 turistas no Rio, que se somam a outras
centenas de milhares de moradores em blocos, bailes e nos desfiles das escolas
de samba na Marquês de Sapucaí. Esse fluxo de gente, capaz de reunir cerca de 2
milhões de pessoas nos desfiles dos principais blocos, como o Cordão da Bola
Preta, que acontece no próximo sábado ao meio-dia, não é acompanhado, no
entanto, de um esquema de atendimento de saúde compatível.
E não há previsão de reforço nas emergências. A
recomendação do Cremerj é de que cada plantão em dias normais tenha no mínimo
dois neurocirurgiões, mas a Secretaria Municipal de Saúde informou ao site de
VEJA que segue a recomendação do Ministério da Saúde, que prevê apenas um
médico dessa especialidade, com “outros alcançáveis”, para a necessidade de
deslocamento.
A escala de plantão dos médicos nos quatro hospitais
municipais do Rio, obtida pela reportagem do site de VEJA, é a da semana de 1º
a 8 de fevereiro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a tendência é de
repetição desse quadro de médicos no Carnaval. A escala definitiva para o fim
de semana do Carnaval só será divulgada na sexta-feira. Ou seja: há tempo de
corrigir a distribuição, mas dificilmente há médicos para tornar o atendimento
satisfatório em toda a cidade.
“Nosso objetivo é informar à chefe de polícia que os
médicos não atendem a população com a rapidez necessária porque o número de
médicos nas emergências é muito pequeno para a quantidade de pacientes.
O prefeito prometeu investir 70% do orçamento em saúde
até o fim de sua nova gestão. “Há uma população desassistida ainda, que
representa uma parcela importante. A rede ainda não está organizada da forma
que gostaria. Poderia aqui apontar causa externa, como a pressão da região
metropolitana ou investimento insuficiente em saúde. É a área que mais me
dedico, é o principal problema, é o que mais faz o carioca sofrer. A saúde é o
desafio do Brasil”, afirmou.
Ele tem que escolher quem ele vai salvar quem ele vai
atender primeiro. Isso é dramático. “E o médico não estuda, não se forma para
isso”, afirma a médica Márcia Rosa Araújo, presidente do Cremerj.
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