sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um presidente à sua altura Senado deve eleger Renan


Um presidente à sua altura Senado deve eleger Renan
Confirmada a eleição, que deverá ocorrer com margem folgada de votos, o Senado terá, mais uma vez, um presidente à altura de sua imagem depreciada. Aos 57 anos, Renan reúne como poucas características que mancham a Casa há décadas: fisiologismo, uma gama de denúncias, processos na Justiça e extenso currículo de deslizes éticos.
Renan reassumirá a cadeira que ocupou até 2007, quando negociou a renúncia ao cargo em troca da manutenção do seu mandato, enxovalhado por cinco processos de cassação de que o dinheiro usado para pagar a pensão alimentícia de sua filha com o senador saía do caixa da empreiteira Mendes Júnior. Ao entregar o cargo, Renan escapou de punições cinco anos depois, o peemedebista voltará ao posto de onde, costuma dizer a aliados, "nunca deveria ter saído". Na bancada do seu partido, ganhou o apelido de "Mandacaru", pela fama de "cascudo" e a capacidade de resistir às adversidades.
Renan se refez desde a queda, em 2007, apesar da sequência de escândalos em que se envolveu: as denúncias de lobby em favor da cervejaria Schincariol, a descoberta de rádios em nome de seus laranjas, a cobrança de propina em ministérios controlados pelo PMDB e espionagem de adversários políticos.
A biografia de Renan, incluindo a farta documentação do escândalo de 2007, não é desconhecida por nenhum dos senadores que decidirão se ele pode ou não ser alçado novamente ao comando do Congresso, o terceiro cargo mais importante na hierarquia da República. Nos corredores do Senado, há até quem se disponha a dar ares de normalidade ao rosário de denúncias. 
Discretamente, o DEM chegou a negociar o apoio a Renan sem grandes crises de consciência e em troca de um provável cargo entre os que administrarão a Casa.
Renan foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de ter falsificado notas fiscais para justificar sua evolução patrimonial. O processo corre em segredo de Justiça.
Alheio às pressões da sociedade – nem mesmo uma petição que ultrapassa 250.000 assinaturas contra Renan é capaz de sensibilizar os congressistas.
A menos que uma reviravolta histórica aconteça  no Congresso Nacional, o Senado elegerá Renan.

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