G20 estuda plano para barrar corruptos; Brasil e contra a
ideia.
O G20 - grupo das maiores economias do mundo - estuda uma
proposta para barrar a circulação de corruptos e corruptores nos seus
países-membros a partir da negativa de vistos e de refúgio.
A proposta, encabeçada pelos Estados Unidos, é vista com
reticências no governo brasileiro. Desde o ano passado, membros da
Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério das Relações Exteriores, da
Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça estão envolvidos no
debate, considerado "sensível", "polêmico" e
"difícil".
Em 2012, os chefes de estado ratificaram o compromisso de
criar instrumentos para barrar a entrada de enquadrados nesse crime em seus
territórios.
O Brasil quer parâmetros sobre quem se enquadraria no
termo "corrupto" e quem sofreria as penalidades
Discute-se, ainda, no âmbito do G20, que a punição
deveria se estender a familiares e associados dos corruptos, o que contraria a
Constituição brasileira.
Os defensores da proposta, no entanto, sustentam que a
negação de vistos e o controle migratório impedem que o corrupto gaste o
dinheiro fruto do ilícito fora de seu país. A medida teria reciprocidade e
afetaria o universo de corruptos brasileiros que tentassem entrar nos países do
G20.
No Supremo Tribunal Federal, há 17 inquéritos e ações
penais contra parlamentares, e somente a Procuradoria Regional da República da
1ª Região denunciou cerca de 250 prefeitos nos últimos dois anos por esse
crime.
O Brasil tem até o próximo ano para debater o assunto, que
ganhou força depois de os Estados Unidos alterarem sua legislação – dando
poderes à autoridade alfandegária para barrar a entrada de corruptos,
familiares e pessoas associadas.
O tema também avança no Canadá, onde um projeto de lei
criando restrições para o acesso ao território de pessoas corruptas já foi
apresentado.
Para o G20, a corrupção ameaça a integridade dos
mercados, destrói a confiança da sociedade e distorce alocações de recursos.
O grupo anticorrupção tem representantes de todos os
países e a Espanha como observadora. O G20 defende ainda a revisão de leis de
combate à corrupção e o cerco ao suborno transnacional.
o Brasil já se comprometeu a analisar casos de corrupção
como um critério na hora de concessão de vistos ou na entrada de estrangeiros
em seu território. “O que não vamos é abrir mão da soberania do país de
decidir.”
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